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Discurso indirecto

 

Discurso Directo e Discurso Indirecto

 

1 As frases abaixo transcritas foram retiradas de As Minas de Salomão, de Rider Haggard, e encontram-se no discurso directo. Reescreve-as no discurso indirecto, substituindo as expressões em destaque pelas mais apropriadas.

p.45

Exemplo:

 

- Aqui (advérbio de lugar) está (presente do indicativo) o que ouvi (pretérito perfeito simples indicativo)  a respeito desse cavalheiro Neville. E isto, que me lembre(presente do indicativo), nunca, até ao dia de hoje, o disse(presente do indicativo)  a ninguém. Ouvi (pretérito perfeito simples indicativo) que esse (determinante demonstrativo) cavalheiro fora para o interior à busca das minas de Salomão.

 

Quartelmar disse ( verbo declarativo que apresenta a intenção com que foi dito ) que ali (advérbio de lugar) estava (pretérito imperfeito do indicativo) o que tinha ouvido (pretérito-mais que-perfeito composto do indicativo) a respeito daquele ( determinante demonstrativo ) cavalheiro Neville e que aquilo ( pronome), que se lembrasse ( pretérito imperfeito do conjuntivo), nunca, até àquele dia, o tinha dito ( pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo) a ninguém. Quartelmar contou também que tinha ouvido ( pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo) que aquele cavalheiro fora para o interior à busca das minas de Salomão.

 

p.46

 

         - Tuouviste falar das serras de Suliman, umas grandes serras que ficam para além do território de Machuculumbe, a noroeste?

         Evans quis saber se ele já tinha ouvido  falar das serras de Suliman, umas grandes serras que ficavam para além do território de Machuculumbe, a noroeste.

 

 

 

 

        - Se nos tornarmos outra vez a encontrar, hei-de ser a pessoa mais rica deste mundo! E pode contar, camarada, que não me hei-de esquecer de si!

 

        José Silveira afirmou que se se tornassem outra vez a encontrar, haveria de ser a pessoa mais rica deste mundo e que Quartelmar podia contar que ele, José Silveira, não se haveria de esquecer dele.

 

 

          - Sr. Quartelmar, vim à África procurar o meu irmão. Desde que alguém o viu pondo-se em marcha para as serras de Suliman, o que devo a mim mesmo é marchar também para esse lado. Pode ser que o encontre; ou que venha a saber que morreu; ou que volte sem nada saber, na antiga incerteza; ou que não volte, como o velho fidalgo. Em todo o caso o meu dever, desde que me impus esta tarefa, é tomar o caminho que meu irmão tomou. E agora pergunto eu: quer o sr. Quartelmar vir comigo?

 

            O  barão declarou que tinha vindo à África procurar o seu irmão e que desde que alguém o tinha visto pondo-se em marcha para as serras de Suliman, o que devia a si mesmo era marchar também para aquele lado. O barão acrescentou que podia ser que o encontrasse; ou que viesse a saber que tinha morrido; ou que voltasse sem nada saber, na antiga incerteza; ou que não voltasse, como o velho fidalgo. Disse ainda que em todo o caso o seu dever, desde que se tinha imposto aquela tarefa era tomar o caminho que o seu irmão tinha tomado e que então perguntava ao sr.Quartelmar se queria ir com ele.

 

 

. - É curioso! Amanhã, quatro de Julho, um eclipse total, visível em toda a África! Deve começar às duas e quarenta minutos...

 

O capitão exclamou que era curioso, que no dia seguinte, quatro de Julho, havia um eclipse total, visível em toda a África e que devia começar às duas e quarenta minutos.

 

 

 

 

 

p.47

 

Exemplo:

 

- Ó patrão! Já ouviu falar das serras de Suliman? Pois lá é que estão os diamantes.

 

Jim perguntou ao patrão se já tinha ouvido falar das serras de Suliman e afirmou que era lá que estavam os diamantes.

 

 

- Tenho ouvido muita tolice na minha vida, Jim.

 

Quartelmar respondeu a Jim que tinha ouvido muita tolice na sua vida.

 

 

- Não me quis ir de todo sem lhe dizer adeus, porque me parece que o patrão tem razão e que nunca mais cá voltamos!

 

Jim declarou que não quisera ir de todo sem lhe dizer adeus, porque lhe parecia que o patrão tinha razão e que nunca mais ali voltavam.

 

 - Bem! Ora agora, Jim, quando deres este papel a teu amo, diz-lhe que lho manda quem sabe, e que siga bem a indicação!

 

Quartelmar ordenou a Jim que, quando desse aquele papel a seu amo, lhe dissesse que lhe mandava quem sabia, e que seguisse bem a indicação.

 

 

- O meu filhinho, o meu primeiro filho, foi envenenado por um escorpião - disse Kino. - Precisa da ciência do curandeiro.

 

Kino explicou que o seu primeiro filho tinha sido envenenado por um escorpião e precisava da ciência do curandeiro.

 

 - O médico não está. - disse. - Foi chamado para um caso grave.

 

O criado informou que o médico não estava, que tinha sido chamado para um caso grave.

 

p. 48

 

- O meu filho há-de ir à escola - disse, e fez-se silêncio entre os vizinhos.

 

Kino assegurou que o seu filho haveria de ir à escola.

 

- O Padre vem , o Padre vem aí.

 

Os vizinhos anunciaram que o padre vinha lá.

 

- Quando pensas que podes pagar a conta?

 

O médico perguntou-lhe quando é que ele pensava que podia pagar a conta.

 

- Quando vender a minha pérola, pago-lhe - disse Kino.

 

Kino respondeu-lhe que lhe pagava quando vendesse a pérola.

 

 - [...] Talvez queiras que eu a guarde no cofre.»

 

O médico sugeriu que talvez quisesse que ele a guardasse no cofre.

 

 

 

 

 

 

- E arranjaram esse homem - disse Juan Tomás - e reuniram as suas pérolas e mandaram-no à cidade. Nunca mais ouviram falar dele e as pérolas perderam-se.

 

Juan Tomás contou que tinham arranjado aquele homem, tinham reunido as suas pérolas, tinham-no mandado à cidade, que nunca mais tinham ouvido falar dele e que as pérolas se tinham perdido.

 

 

- «Não faças perguntas - disse ele. - Vai buscar Juan Tomás e trá-lo aqui, e não digas a ninguém.

 

Kino ordenou-lhe que não fizesse perguntas, que fosse buscar Juan Tomás, que o trouxesse ali e que não dissesse a ninguém.

 

p. 49

 

 

Passa para o discurso directo as frases que se seguem e descobre assim algumas falas das personagens de Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira, pertencentes ao momento em que o herói entra no «Museu da Fábula».

 

 

Exemplo:

 

João Sem Medo perguntou à formiga se mantinham a mesma moral das fábulas.

 

«- E vocês mantêm a mesma moral das fábulas?»

 

 A formiga ordenou a João Sem Medo que não se mexesse, disse-lhe que iam retirar em boa ordem e pediu-lhe que tivesse cuidado para não as esmagar.

 

- Não te mexas! Vamo-nos retirar em boa ordem. Cuidado, não nos esmagues.

 

 

 A formiga perguntou a João Sem Medo o que ele tinha e quis saber se os soldados dela o tinham magoado.

 

- Que tens? Os meus soldados magoaram-te?

 

 

 João Sem Medo respondeu-lhe que não e que os soldados dela eram delicadíssimos, que até usavam botas de cócegas.

 

- Não. Os teus soldados são delicadíssimas. Até usam botas de cócegas.

 

João Sem Medo confessou que nunca lhe tinha passado pela cabeça ouvir falar formigas e, muito menos, através de microfones.

 

- Confesso que nunca me passou pela cabeça ouvir falar formigas e, muito menos, através de microfones.

 

 

p. 49

 

 A formiga admitiu que, na verdade, a maioria dos animais se tinha tornado muda, que os homens diziam tantos disparates que, certo dia, os bichos, para não se confundirem com eles, tinham votado a greve geral, a greve do silêncio que durava até então, uma greve que tinha sido apenas furada pelos papagaios e outras aves sem categoria.

 

- Na verdade, a maneira dos animais tornou-se muda. Os homens diziam tantos disparates que, certo dia, os bichos, para não se confundirem com vocês, votaram a greve geral, a greve do silêncio que ainda hoje dura…Greve apenas furada pelos papagaios e outras aves sem categoria.

 

 

 

 

 A formiga disse que, pelo que ouvia, João Sem Medo ignorava totalmente as circunstâncias em que os bichos tinham proclamado greve do silêncio e contou que na mesma ocasião tinham resolvido instalar num sítio pouco acessível o Museu Vivo da Fábula, onde continuariam a falar como na Idade de Ouro.

 

- Pelo que ouço, ignoras totalmente as circunstâncias em que os bichos proclamaram a greve do silêncio. Na mesma ocasião, resolveram instalar num sítio pouco acessível o Museu Vivo da Fábula, onde continuariam a falar como na Idade do Ouro.

 

 

 João Sem Medo perguntou-lhe se se encontrava nesse tal museu misterioso.

 

- E eu encontro-me nesse tal museu misterioso?

 

 

 A formiga respondeu-lhe que ele tinha descoberto por acaso a entrada secreta para o país da fábula descrito pelos seus grandes cronistas Esopo, Fedro e La Fontaine.

 

- Descobriste por acaso a entrada secreta para o país da fábula descrita pelos nossos grandes cronistas Esopo, Fedro e La Fontaine.